Por Caroline Valetkevitch
NOVA YORK (Reuters) - Os índices acionários dos Estados Unidos recuaram acentuadamente nesta terça-feira, após notícias de que o país está impondo restrições de vistos a autoridades chinesas ofuscarem comentários do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, que mostraram haver margem para novos cortes de juros.
O Dow Jones fechou em queda de 1,19%, a 26.164,04 pontos. O S&P 500 recuou 1,56%, para 2.893,06 pontos, enquanto o Nasdaq Composto caiu 1,67%, a 7.823,78 pontos.
As ações recuperaram perdas na esteira das declarações de Powell, mas rapidamente reverteram o curso e voltaram a cair após o Departamento de Estado norte-americano afirmar que impôs restrições de vistos a autoridades do governo chinês e do Partido Comunista da China, que são consideradas pelos EUA responsáveis pela detenção ou abuso de minorias muçulmanas na província de Xinjiang.
O movimento alimentou tensões antes das negociações comerciais de alto nível entre os países, que ocorrerão nesta semana em Washington, e somou-se ao sentimento baixista do dia. Mais cedo, os EUA ampliaram sua lista de sanções comerciais para incluir algumas das mais importantes startups de inteligência artificial da China.
"O mercado recuou por causa das manchetes negativas antes das negociações entre EUA e China. Com Powell mantendo sua narrativa, faz sentido que o mercado promova liquidações com os novos sinais de deterioração no comércio", disse Keith Lerner, estrategista-chefe de mercado da SunTrust Advisory Services.
As perdas foram amplas, lideradas por uma queda de 2% no índice de ações financeiras do S&P 500, sensíveis às taxas de juros, enquanto o índice Philadelphia de semicondutores cedeu 3,1%.
Um repórter da Bloomberg afirmou que Washington está avançando em esforços para limitar os fluxos de capital para a China, enquanto uma notícia do South China Morning Post disse que o país asiático diminuiu as expectativas antes das negociações em Washington.
Em seus comentários, Powell disse ainda que chegou o momento de permitir que a carteira de ativos do Fed comece a se expandir novamente, e que o banco central norte-americano vai "em breve anunciar medidas para adicionar mais oferta de reservas ao longo do tempo".
(Reportagem adicional de Lewis Krauskopf e April Joyner em Nova York, Shreyashi Sanyal e Arjun Panchadar em Bengaluru)