PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A China ainda não aprovou a proposta da fabricante norte-americana de chips Qualcomm para aquisição da NXP Semiconductors (NASDAQ:NXPI) por 44 bilhões de dólares, disseram três pessoas próximas às negociações, rejeitando notícias veiculadas na mídia de que Pequim já teria dado o sinal verde para a transação.
A aprovação chinesa removeria uma barreira de longa data para o acordo, que foi emaranhado pelas tensões comerciais mais amplas entre os Estados Unidos e a China. A aquisição já obteve a aprovação de oito dos nove órgãos reguladores globais. A China é a exceção.
O South China Morning Post, com sede em Hong Kong, informou na manhã de sexta-feira que a China deu seu sinal verde para o acordo, citando pessoas com conhecimento do assunto.
Mas fontes da Reuters, que estão próximas ao acordo Qualcomm-NXP, disseram que não estavam cientes de qualquer aprovação chinesa. Um deles disse que as tarifas dos EUA sobre produtos chineses podem afetar o processo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira a implementação de uma tarifa de 25 por cento sobre 50 bilhões de dólares em bens da China relacionados a propriedade intelectual e tecnologia, e prometeu impor mais taxas se a China adotar medidas retaliatórias.
A Qualcomm não fez comentários imediatos na sexta-feira, enquanto a NXP não respondeu a pedido de comentários.
A Administração Estatal da China para Regulamentação do Mercado, o regulador que analisa os acordos de fusão, não respondeu imediatamente a um pedido de comentários enviado por fax.
Analistas disseram que uma aprovação chinesa seria significativa, já que removeria a última grande barreira ao acordo com a NXP, que é vista como fundamental para a Qualcomm diversificar seus negócios e impulsionar novas áreas como os carros inteligentes.
A fabricante de chips norte-americana estendeu por uma semana nesta sexta-feira sua oferta em dinheiro para comprar todas as ações da NXP.
A oferta agora está programada para expirar em 22 de junho, a mais recente de uma série de extensões desde que a Qualcomm anunciou inicialmente sua oferta pela empresa holandesa de semicondutores em outubro de 2016.
(Por Michael Martina e Matthew Miller em Pequim; Adam Jourdan em Xangai; e Nikhil Subba e Arjun Panchadar em Bengaluru)