SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) proibiu a venda de microcelulares no site de comércio eletrônico Mercado Livre após denúncias na imprensa de que estes dispositivos estão sendo levados para dentro de prisões do país.
"A Anatel determinou a retirada imediata de produtos irregulares identificados na plataforma online do Mercado Livre. O ofício é o primeiro a identificar a comercialização dos chamados microcelulares. Caso a empresa não atenda a determinação, pode ser multada pelo órgão regulador", afirmou a agência em comunicado à imprensa.
Desde pelo menos 2015, reportagens da imprensa nacional denunciam a entrada de microcelulares nas prisões do país. A maior parte da composição dos aparelhos é plástico o que torna mais difícil serem registrados por detectores de metal. Em 9 de janeiro deste ano, o site da Veja São Paulo publicou que um preso na penitenciária de Mairinque (SP) foi flagrado com um microcelular dentro do estômago.
Representantes da Anatel não puderam esclarecer de imediato se a ação da agência vale apenas para o Mercado Livre. O site comentou que identificou os anúncios denunciados pela Anatel e que vai removê-los. "Os anúncios não estão de acordo com os termos e condições do site, que determinam que qualquer produto deve cumprir os requisitos legais aplicáveis, no caso a homologação pela agência reguladora, para ser colocado à venda."
Entre dúvidas de compradores do aparelho vendido por cerca de 350 reais no Mercado Livre estão questões sobre o material com o qual o produto foi fabricado e pedidos para envios de mais de 10 unidades por cliente.
Além de aparecer em listas de produtos do Mercado Livre, microcelulares também são vendidos em sites como AliExpress, do grupo chinês Alibaba, por preços de cerca de 20 dólares (cerca de 62 reais).
(Por Alberto Alerigi Jr.)