WUZHEN, China (Reuters) - Importantes executivos da Apple e do Facebook conseguiram encontrar algo para elogiar Pequim em uma conferência sobre Internet na China nesta semana, mesmo com as regras do Partido Comunista proibindo as redes sociais ocidentais e selando a dissidência online.
A Conferência Global de Internet, na China, atraiu os chefes do Google e da Apple pela primeira vez para ouvirem a promessa da China de abrir sua Internet, desde que possa proteger o espaço cibernético da mesma forma que resguarda suas fronteiras.
O tácito apoio dos importantes executivos de tecnologia dos EUA vem em um momento em que a China introduz regras mais duras sobre censura e armazenamento de dados, causando dor de cabeça para empresas de tecnologia estrangeiras que têm permissão para ter negócios na China e sinalizando que as restrições que banem as demais empresas não devem ser removidas tão cedo.
"Eu cumprimento o governo chinês em termos de liderança no uso de dados", disse o vice-presidente do Facebook, Vaughan Smith, nesta terça-feira, citando órgãos do governo como a Administração do Ciberespaço da China (CAC, na sigla em inglês) e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação (Miit, na sigla em inglês)
"O governo chinês, a CAC e o Miit estão fazendo um trabalho fantástico nisso".
O Facebook e o Google não podem ser acessados na China devido ao Great Firewall do país, junto com os principais veículos de imprensa e redes sociais do Ocidente, enquanto a Apple sofre severa censura. A empresa norte-americana removeu dúzias de populares aplicativos de mensagens e aplicativos de redes virtuais privadas (VPN, na sigla em inglês) de sua App Store chinesa este ano para cumprir as determinações do governo.
"O tema desta conferência, o desenvolvimento de uma economia digital para abertura e benefícios compartilhados, é uma visão que a Apple compartilha", disse o presidente-executivo da companhia, Tim (SA:TIMP3) Cook no domingo. A audiência o aplaudiu duas vezes - uma vez quando foi apresentado no pódio e novamente quando fez uma reverência.
(Por Cate Cadell)