WASHINGTON (Reuters) - A Apple recebeu pedidos das autoridades chinesas nos últimos dois anos para entregar seu código fonte, mas se recusou a fazê-lo, disse o principal advogado da companhia a parlamentares norte-americanos nesta terça-feira, em resposta à críticas de agentes da lei sobre seu posicionamento em relação à tecnologia de segurança.
O testemunho no Congresso dos EUA destacou o problema que está no centro da acalorada debate envolvendo a Apple e o FBI sobre quanto as empresas de tecnologia privadas devem cooperar com os governos. A disputa entre a gigante de tecnologia e a polícia federal norte-americana se refere ao desbloqueio dos dados criptografados de um iPhone relacionado ao ataque em San Bernardino, Califórnia, ocorrido em dezembro.
O advogado geral da Apple, Bruce Sewell, fez a declaração em resposta a uma linha de ataque de agentes da lei que tentaram apresentar a empresa como cúmplice na entrega de informações às autoridades chinesas por razões empresariais, enquanto se recusava a cooperar com as solicitações de acesso dos EUA a dados privados em casos criminais.
"Quero ser muito claro sobre isto", disse o advogado geral da Apple, Bruce Sewell, na audiência desta terça-feira, sob juramento. "Nós não fornecemos códigos fonte para o governo chinês".
A Apple havia negado anteriormente a acusação, considerando-a uma "difamação" originada dos esforços do Departamento de Justiça dos EUA para desbloquear o iPhone 5c usado por um dos dois atiradores de San Bernardino, que foi inspirado por militantes islâmicos.
(Por Dustin Volz)