BARCELONA (Reuters) - Um movimento de empresas de telefonia móvel para usar o ondas disponíveis livremente, na mesma largura de banda que as redes de Wi-Fi, causou preocupações de que o serviço de Internet doméstico dos clientes possa ser interrompido, junto com os aparelhos conectados como sistemas de monitoramento de segurança.
Para as operadoras, que investiram bilhões de dólares em aquisições de licenças de frequências, usando a nova tecnologia LTE não licenciada (LTE-U, na sigla em inglês), entrar no espectro Wi-Fi, de frequências mais altas, pode se mostrar uma maneira relativamente mais barata para lidar com o crescimento explosivo no tráfego de dados, particularmente dentro de imóveis.
"É o Velho Oeste neste momento. Qualquer um pode usar isso e os parâmetros mudam muito mais rápido do que quando você usa o espectro licenciado", disse Todd Mersch, cofundador da start-up XCellAir, que ajuda empresas de telecomunicações a usar o Wi-Fi.
Mas o risco de um choque ainda pode ser evitado, ele disse, com cerca de apenas 15 por cento do espectro Wi-Fi , que está na faixa de 5 gigahertz (GHz), sendo utilizados.
A tecnologia para usar o espectro Wi-Fi na telefonia móvel em larga escala ainda está longe de estar pronta, mas as primeiras conexões operacionais podem ser instaladas em menos de dois anos, dizem especialistas da indústria.
No ano passado, o Google expressou preocupações em um documento técnico enviado à Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês) de que a LTE sobre o espectro não licenciado tinha potencial de sobrecarregar os serviços não licenciados.
"Os detentores do espectro licenciado não deveriam poder converter a banda de 5 GHZ em uma faixa de espectro licenciada de fato, e certamente não deveriam ter a capacidade de expulsar outros usuários não licenciados", disse o Google.
(Por Harro Ten Wolde; reportagem adicional por Eric Auchard e Peter Maushagen)