Genebra, 6 dez (EFE).- O número de solicitações de patentes e de registro de marcas e de desenhos ou modelos industriais alcançou um número recorde em 2016 com uma forte demanda na China, que recebeu tantos pedidos de patentes quanto Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e o Escritório Europeu de Patentes somados.
Em 2016, os inventores de todo o mundo apresentaram 3,1 milhões de solicitações de patentes, 8,3% a mais em relação ao ano anterior, num conjunto de sete anos consecutivos de crescimento, segundo o relatório anual da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) publicado nesta quarta-feira.
Isso representa 240.600 solicitações a mais em um ano. Delas, a China recebeu 236.600, 98% do aumento total.
Quanto ao registro de marcas, estes aumentaram 16,4% de um ano para outro, até quase 7 milhões, enquanto o número de solicitações de registro de desenhos e modelos industriais no mundo todo aumentou em 10,4%, para 963.100.
Nestes dois segmentos da propriedade intelectual, as altas também foram impulsionadas pela China.
"Os números mais recentes (...) confirmam uma tendência que já vem de uma década e na qual a China marcou uma presença cada vez mais forte", afirmou o diretor-geral da OMPI, Francis Gurry.
Em geral, a Ásia já representa 64,6% das solicitações de patentes apresentadas no mundo todo em 2016.
O Escritório Estatal de Propriedade Intelectual (SIPO) da China recebeu em 2016 o número total mais alto de solicitações de patente: o recorde de 1,3 milhão, uma alta de 21,5% em relação ao ano anterior.
Em seguida apareceram o Escritório de Patentes e Marcas dos EUA (USPTO) com 605.571 (2,7% a mais); o Escritório Japonês de Patentes (JPO), com 318.381 (0,1% a mais); o Escritório Sul-Coreano de Propriedade Intelectual (KIPO), com 208.830 (2,3% a menos); e o Escritório Europeu de Patentes (OEP), com 159.358, (0,4% a menos).
Porém, quanto aos dados per capita, o número de solicitações de patente apresentadas na China ficou atrás de Alemanha, EUA, Japão e a Coreia do Sul.
Quanto à proporção de mulheres, o relatório revela que houve uma porcentagem relativamente elevada na Rússia, onde em 38,7% das solicitações de residentes aparece pelo menos uma mulher, no México (36,4%), nos EUA (27,5%), na Espanha (24,6%) e no Brasil (24,5%).
Nesses países foi observada uma alta proporção total de solicitações relacionadas às biociências, por exemplo, do campo da biologia, nos quais a participação das mulheres costuma ser maior que em outros ramos da ciência e da tecnologia.
No que se refere à apresentação de solicitações no exterior, os residentes nos EUA continuam à frente: apresentaram 215.918 solicitações no exterior, quatro vezes o número da China.
Em seguida aparecem Japão (191.819), Alemanha (75.378) e Coreia do Sul (69.945).
Entre os grandes países de renda média, Brasil (27,3%), Índia, Malásia, México e África do Sul contam com uma elevada proporção de solicitações apresentadas no exterior em relação ao número total de pedidos.
O grosso das solicitações apresentadas no exterior desses países foi destinado aos EUA.
Quanto ao registro de marcas, as quase 7 milhões de solicitações apresentadas em 2016 abrangeram 9,8 milhões de classes.
Na China registrou 3,7 milhões de classes, seguida dos EUA (545.587), Japão (451.320), o Escritório de Propriedade Intelectual da União Europeia (EUIPO) (369.970) e a Índia (313.623).
As marcas associadas com publicidade e gestão de negócios comerciais representaram 10,5% do total mundial, à frente das equipes e programas informáticos e instrumentos (6,9%), educação e serviços de entretenimento (5,8%) e vestuário (5,7%).
Já quanto às solicitações de registro de desenhos e modelos industriais, a China recebeu no ano passado pedidos que continham 650.344 desenhos ou modelos, correspondentes a 52% do total mundial.
Na sequência vieram o EUIPO (104.522), o KIPO (69.120), a Alemanha (56.188) e a Turquia (46.305).
Os desenhos ou modelos relacionados à mobília corresponderam a 10,8% do total de solicitações; seguidos das peças de roupa (8,6%) e vasilhas, embalagens e recipientes (7,3%).