HONG KONG (Reuters) - Um recall de câmeras conectadas à internet e relacionado a um grande ciberataque nos Estados Unidos na semana passada pode envolver até 10 mil dispositivos, afirmou a fabricante chinesa Hangzhou Xiongmai Technology nesta terça-feira.
A Xiongmai afirmou que vai fazer recall de algumas câmeras de vigilância vendidas no país após pesquisadores concluírem que elas foram alvo do ataque, que tornou indisponíveis serviços de Twitter, Spotify e de dezenas de outras grandes empresas na Web.
O ciberataque de sexta-feira alarmou especialista em segurança porque representou um novo tipo de ameaça vinculada à proliferação de dispositivos simples como câmeras ligadas à Internet, que frequentemente não têm segurança adequada.
Os hackers encontraram uma maneira de controlar centenas de milhares delas no mundo para inundar um alvo com tanto tráfego de dados que fica incapaz de responder, o que corta o acesso a alguns dos principais sites do mundo.
O ataque ocorreu em um momento de temores sem precedentes sobre ameaças digitais nos EUA, onde hackers invadiram sistemas de organizações políticas e agências eletorais.
Liu Yuexin, diretor de marketing da Xiongmai, afirmou à Reuters que a companhia fará o recall de um primeiro lote de câmeras produzidas em 2014 e que servem para monitoramento de residências e lojas.
A empresa também resolveu falhas de segurança de produtos anteriores, pedindo para os usuários trocarem senhas padrão e bloqueando acesso ao serviço "telnet", disse Liu. Ele não deu número exato de dispositivos vulneráveis, mas estimou o volume em menos de 10 mil.
Equipamentos que usam componentes da empresa na China e em outras partes têm menos chance de terem sofrido ataques similares, porque são usados mais frequentemente em aplicações industriais e instalados em redes mais seguras, acrescentou.
(Por Sijia Jiang)