PEQUIM (Reuters) - As plataformas de mídia social da China começaram a censurar referências ao coronavírus e palavras-chave críticas sobre a maneira como o governo lida com a doença, informou o grupo de pesquisa cibernética Citizen Lab em relatório nesta terça-feira.
O aplicativo de mensagens WeChat, da Tencent, e o aplicativo de streaming de vídeo YY, da JOYY, bloquearam combinações de palavras-chave com críticas ao presidente Xi Jinping, autoridades locais e políticas ligadas ao vírus, segundo o relatório.
O Citizen Lab disse que as descobertas, coletadas entre dezembro e fevereiro, sugerem que as empresas "receberam orientações oficiais" sobre como gerenciar o conteúdo sobre o vírus nos estágios iniciais do surto.
Os termos bloqueados também incluíam frases não críticas relacionadas à saúde pública e regras locais, incluindo "proibição de viagem" e "transmissão de pessoa para pessoa".
A Tencent e a YY não responderam imediatamente aos pedidos de comentário nesta terça-feira.
As políticas de censura da China estão em foco desde o início do surto do vírus, em meio a alegações de internautas e da mídia local de que elas potencialmente ocultaram a seriedade do surto em seus estágios iniciais.
O relatório afirma que a YY adicionou 45 frases a uma lista negra interna, incluindo "Wuhan Unknown Pneumonia" e "Wuhan Seafood Market" em 31 de dezembro, um dia após oito pessoas, incluindo o médico Li Wenliang, terem alertado sobre o vírus em um grupo do WeChat e serem posteriormente punidos pela polícia por "espalhar boatos".
As regras de censura são rigorosamente aplicadas na China, e as empresas de internet no passado enfrentaram suspensões e multas por não cumpri-las completamente.
(Por Cate Cadell)