Por David Ingram
SAN FRANCISCO (Reuters) - O crescimento do Facebook em uma potência na publicidade digital está mostrando um outro lado: a rede social está mais dependente do que nunca do cíclico mercado de anúncios, mesmo enquanto sua rival Google encontra novos fontes de receita em hardware e software.
O Facebook informou na quarta-feira que 98 por cento de sua receita trimestral foi gerada por publicidade, ante 97 por cento no ano passado e 84 por cento em 2012. A receita de fontes não publicitárias caiu para 175 milhões de dólares no trimestre, ante 181 milhões de dólares no ano anterior.
O Facebook tem alertado há algum tempo sobre o declínio da receita fora da publicidade. Essa parte do negócio consiste quase inteiramente da compra de moeda virtual por jogadores de videogames em computadores, mas vem caindo com os jogos passando para smartsphones.
O Facebook recebe 30 por cento das compras, com o saldo indo para empresas como Zynga, fabricante do jogo Farmville.
A dependência na receita publicitária é uma preocupação de longo prazo, mas a empresa tem tempo para encontrar outras fontes enquanto constrói seu negócio de anúncios principais, disse Clement Thibault, analista sênior da Investing.com.
"Temos de lembrar que ainda é um negócio bastante jovem, não é como se eles fossem um negócio antiquado que precisa se mover em breve", disse ele.
Uma porta-voz do Facebook se recusou a comentar.
A ação de Facebook atingiu o pico histórico de 153,60 dólares na terça-feira antes de cair para 150,85 nesta quinta.
A falta de diversificação contrasta com o Google, unidade da Alphabet. Sua receita não publicitária, de fontes como serviços em nuvem e smartphones Pixel, deu um salto de 49,4 por cento, para 3,1 bilhões de dólares no trimestre e representa agora 13 por cento da receita, ante 10 por cento no ano passado.
A diretora de operações da Facebook, Sheryl Sandberg, disse em teleconferência em fevereiro que a empresa estava diversificando sua receita ao expandir sua base de anunciantes em regiões geográficas e indústrias.
Produtos não publicitários do Facebook, como Oculus de realidade virtual e o software de escritório Workplace, ainda geram pouca receita.