Por Laurence Frost e David Shepardson
PARIS/DETROIT (Reuters) - A Ford abruptamente nomeou James Hackett como seu novo presidente-executivo nesta segunda-feira, reagindo ao crescente desconforto de investidores com a fraqueza das ações e à capacidade de combater ameaças dos rivais e do Vale (SA:VALE5) do Silício.
O presidente do conselho da Ford, Bill Ford Jr., cuja família efetivamente controla a montadora, disse querer que Hackett acelere a tomada de decisões e reduza custos, mas não deu detalhes sobre como o novo CEO deve mudar as operações.
"A velocidade com que nossos concorrentes está trabalhando exige que tomemos decisões em um ritmo mais rápido", disse Ford Jr., que planeja assumir um papel mais ativo na empresa, de acordo com uma pessoa informada sobre o assunto.
A Ford, que anunciou planos para cortar 1.400 posições executivas na semana passada, deverá analisar novos cortes de custos significativos nos próximos três a seis meses, de acordo com funcionários da empresa, falando sob anonimato, já que os planos não foram finalizados.
Hackett, de 62 anos, liderou a unidade Ford que desenvolve carros de direção autônoma e projetos relacionados, substitui Mark Fields, 56, que ficou menos de três anos como presidente.
A demissão abrupta de Fields pegou quase todos na Ford por surpresa, mas as preocupações com a direção da empresa vem se formando há algum tempo.
Única das montadoras de Detroit que não teve o dinheiro do governo dos EUA no resgate da indústria automobilística há uma década, teve lucro recorde em 2015, mas agora se encontra sob pressão com as vendas globais de automóveis nos EUA em queda.
A rival General Motors (NYSE:GM) está se focando agressivamente a no lucrativo negócio norte-americano de caminhões e serviços esportivos, fonte de 90 por cento do lucro de Ford.
Enquanto isso, os investidores veem a Ford como retardatária em a tecnologias de veículos elétricos, carros autônomos e compartilhamento de viagens. O valor de mercado de 44 bilhões de dólares da Ford está abaixo da fabricante de carros elétricos Tesla, de 51 bilhões.
As vendas norte-americanas de automóveis estão caindo após uma longa expansão. Mas a GM moveu-se mais rápido que a Ford para reduzir operações não lucrativas, e a Tesla foi mais rápida para implantar novas tecnologias.
(Reportagem de David Shepardson e Joseph White)
((Tradução Redação São Paulo; + 55 11 5644-7712))
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