WASHINGTON/SÃO FRANCISCO (Reuters) - O Google, da Alphabet, enfrenta um cenário regulatório mais difícil, com o novo governo do presidente eleito Donald Trump parecendo inclinado a reverter as políticas do governo Obama que frequentemente favoreceram a gigante da internet nas batalhas da empresa contra importantes companhias de telecomunicações, dizem analistas.
O Google tinha relações próximas com o governo do presidente democrata Barack Obama e seus funcionários doaram muito mais a campanha da candidata democrata à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, que para o republicano Trump.
No sinal mais concreto até agora de que o equilíbrio da política tecnológica pode estar pendendo em favor das empresas de telecomunicações antes do início do mandato de Trump, a Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC, na sigla em inglês) interrompeu nesta quarta-feira uma ação sobre as polêmicas medidas de reformas regulatórias às quais se opõem companhias como AT&T e CenturyLink (NYSE:CTL).
Dentre outras regulamentações, a vitória de Trump em 8 de novembro aumentou as chances de que as regras de neutralidade da rede, de Obama, adotadas pela FCC no início de 2015, sejam revogadas, disseram analistas.
A maioria dos republicanos se opõe fortemente à neutralidade da rede, que requer que os provedores de internet tratem todos os dados igualmente e os impede de obstruir ou desacelerar o acesso dos clientes aos conteúdos online. As regras são uma vitória para empresas de internet como o Google e o Netflix que advogaram em favor da internet aberta.
Os republicanos no Congresso ou em uma FCC controlada por um governo republicano poderia também afastar as novas regras de privacidade adotadas em outubro e que sujeitam os provedores de internet a regras mais rígidas do que aquelas enfrentadas pelo Google e outros sites.
O Google não respondeu a pedidos de comentários.
(Por David Shepardson, Malathi Nayak e Julia Love; reportagem adicional por Diane Bartz)