Por Dustin Volz
WASHINGTON (Reuters) - Hackers da Rússia atacaram os sistemas eleitorais de 21 Estados norte-americanos durante a eleição presidencial do ano passado, disse uma funcionária do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos ao Congresso nesta quarta-feira.
Jeanette Manfra, vice-subsecretária interina de cibersegurança do departamento, não quis identificar quais Estados foram atingidos, citando acordos de confidencialidade. Ela reiterou que não existem provas de que qualquer voto tenha sido manipulado.
"Até este momento, temos indícios de que sistemas relacionados à eleição em 21 Estados foram visados", disse Manfra ao Comitê de Inteligência do Senado, que está investigando a suposta interferência russa na eleição presidencial de 2016. Os sistemas foram violados em um número menor de Estados, afirmou, mas sem apresentar uma cifra específica.
Autoridades do departamento haviam dito que cerca de 20 Estados haviam sido invadidos por hackers a serviço do governo da Rússia, mas reportagens recentes sugeriram que o número poderia ter sido muito maior.
Mark Warner, principal integrante democrata do comitê, expressou frustração com a recusa de Manfra em identificar quais Estados foram visados. Discordo fundamentalmente", disse.
Na terça-feira Warner enviou uma carta ao secretário de Segurança Interna, John Kelly, pedindo que a agência revele mais informações sobre tentativas de invasão cibernética em sistemas eleitorais estaduais e locais.
No ano passado, Arizona e Illinois confirmaram que hackers atacaram seus sistemas de registro de eleitores.
Agências de inteligência dos EUA concluíram que o Kremlin orquestrou uma operação de influência abrangente que incluiu o roubo de emails e de propaganda online para desacreditar a candidata presidencial democrata Hillary Clinton e ajudar o republicano Donald Trump a conquistar a Casa Branca.
Manfra e outras autoridades que depuseram nesta quarta-feira reiteraram que as eleições norte-americanas são resistentes a invasões cibernéticas em parte por serem descentralizadas e operadas em grande parte em níveis estaduais e locais.
A Rússia vem negando reiteradamente a responsabilidade de qualquer ataque cibernético durante a votação. Já Trump tem sido menos constante em suas asserções, afirmando que a Rússia pode ter sido responsável ou não pelas invasões, mas refutando as alegações de que seus associados se mancomunaram com Moscou e chamando-as de "notícias falsas".