TORONTO/MOSCOU (Reuters) - Hackers tentaram desacreditar a principal figura de oposição na Rússia, Alexei Navalny, em uma campanha de desinformação que sugeria que o político estava trabalhando com um grupo governamental dos Estados Unidos, disseram pesquisadores cibernéticos canadenses nesta quinta-feira.
A investida, que ocorreu em outubro de 2016, era parte de uma operação de espionagem cibernética com mais de 200 alvos em 39 países, segundo publicado pelo Citizen Lab, instituto da Escola Munk de Assuntos Globais da Universidade de Toronto.
Entre os alvos estão o ex-primeiro-ministro russo e outras autoridades do país, oficiais militares, executivos de energia e um norte-americano que trabalhava para uma emissora financiada pelo governo dos Estados Unidos, cujos e-mails foram usados para desacreditar Navalny, afirmou o Citizen Lab.
O instituto disse que não sabe quem está por trás da campanha, mas que tem fortes evidências ligando-a a um grupo conhecido como APT28, ou Fancy Bear. Empresas de segurança privada vincularam esse grupo à agência de inteligência militar russa GRU (na sigla em inglês), acusado-a de participar dos ataques de hackers nas campanhas eleitorais nos Estados Unidos e Europa.
Em fevereiro, um tribunal russo considerou Navalny culpado de peculato. Ele disse que o julgamento teve motivações políticas. Funcionários disseram desde então que ele não poderia concorrer à Presidência russa a não ser que a condenação seja revogada.
Navalny e o Kremlin não responderam aos pedidos de comentários. O governo russo já havia negado seu envolvimento nos ataques de hackers nas eleições ou com o grupo APT28.
(Por Jim Finkle e Jack Stubbs)