Por Andrew Downie
SÃO PAULO (Reuters) - Mais de 20 jogadores de futebol brasileiros ganharam ações contra produtoras de jogos de videogame e outros 80 estão prestes a fazer queixas semelhantes alegando que as empresas lhes devem dinheiro por seus direitos de imagem, disse o advogado dos jogadores nesta sexta-feira.
Os jogadores, todos atuando no Brasil, estão processando a EA Sports e a Konami exigindo valores que dizem ser devidos desde 2007.
"Vencemos 20 casos até agora na primeira instância, e não perdemos nenhum", disse o advogado dos jogadores, Joaquin Mina, à Reuters, acrescentando que, até agora, o valor médio dos acordos foi de ecerca de 80 mil reais. "Tenho mais de 100 casos em andamento".
A EA Sports não respondeu a pedidos de comentário, e não foi possível fazer contato com a Konami.
Entre os demandantes estão o goleiro Vanderlei, do Santos, o ex-lateral da seleção brasileira Kleber.
Mina disse que o caso gira em torno da legislação sobre direitos de imagem. Milhares de jogadores aparecem nos jogos altamente populares e recebem uma taxa em troca de seu nome e sua imagem.
Na maioria dos países esse pagamento é feito à FIFPro, a associação de jogadores que negocia um acordo coletivo com os fabricantes de jogos. Normalmente a FIFPro repassa o dinheiro para as associações nacionais dos jogadores para que estas os paguem em seus países.
Mas Mina argumentou que esse arranjo não se aplica ao Brasil, onde a lei determina que cada jogador deve assinar pessoalmente um formulário de autorização, disse.
A FIFPro confirmou as diferenças legislativas e disse estar ciente dos processos e "trabalhando duro para encontrar uma solução definitiva e duradoura para o mercado brasileiro".
A situação é uma continuação de uma batalha legal que levou as produtoras de videogames a retirar os times do Brasil temporariamente de seus jogos em 2014.
Os clubes foram readmitidos depois que um acordo foi feito, e as empresas assinaram com alguns jogadores individualmente, afirmou Mina. Mas muitas das figuras representadas hoje em times do Brasil são genéricas, acrescentou.