Por Brendan Pierson
NOVA YORK (Reuters) - Um processo que acusava o Facebook e seu presidente-executivo, Mark Zuckerberg, de enganarem investidores sobre o impacto no preço das ações da rede social gerado pelo escândalo de violação de dados de usuários pela extinta Cambridge Analytica, foi rejeitado nesta quinta-feira nos Estados Unidos.
O juiz distrital dos EUA, Edward Davila, em San Jose, Califórnia, disse que os investidores não conseguiram alegar que o Facebook ou seus executivos conscientemente fizeram declarações falsas que levaram a perdas dos investidores.
Representantes do Facebook e os advogados dos investidores não puderam ser contatados de imediato para comentar a decisão.
O processo coletivo, que foi consolidado a partir de várias reclamações de investidores registradas desde o ano passado, também teve como alvo a vice-presidente de organização do Facebook, Sheryl Sandberg, e o vice-presidente financeiro, David Wehner.
No escândalo da Cambridge Analytica, de 2015, dados de cerca de 87 milhões de usuários do Facebook foram acessados pela consultoria política britânica.
Em março de 2018, vários meios de comunicação informaram que o Facebook ainda estava permitindo que terceiros acessassem dados de usuários. A imprensa também publicou que as informações obtidas pela Cambridge Analytica foram usados em conexão com a campanha eleitoral vitoriosa do presidente dos EUA, Donald Trump. As reportagens fizeram com que o preço das ações do Facebook caísse mais de 18% em duas semanas.
Em julho de 2018, o preço das ações do Facebook caiu acentuadamente novamente, quase 19%, imediatamente depois que a empresa revelou no balanço trimestral que o crescimento no número de usuários ativos estava desacelerando e a receita total estava diminuindo.
Os investidores alegaram no processo que o Facebook e seus executivos fizeram dezenas de declarações subestimando o efeito do vazamento da Cambridge Analytica sobre o preço das ações da companhia.
O Facebook enfrenta separadamente uma ação nacional de usuários que buscam responsabilizar a empresa sob várias leis estaduais e federais dos Estados Unidos por permitir que terceiros, incluindo a Cambridge Analytica, acessassem seus dados.