MILÃO/PARIS (Reuters) - A francesa Vivendi (PA:VIV) intensificou o seu controle da Telecom Italia ao remover o presidente-executivo Flavio Cattaneo e preparar o caminho para uma joint venture entre seu próprio canal de televisão por assinatura Canal+ e o grupo italiano, em um impulso para as ambições da empresa francesa de se tornar uma potência de mídia do sul europeu.
A Telecom Italia disse na segunda-feira depois de uma reunião com o conselho que Cattaneo deixaria a presidência da empresa em 28 de julho depois de 16 meses no cargo, com indenização de 25 milhões de euros.
Vivendi apoiou a partida de Cattaneo, disseram fontes com conhecimento do assunto, depois de não convencer o executivo italiano a compartilhar poder com outros gerentes e trabalhar em um novo plano estratégico.
A Vivendi, principal acionista da Telecom Italia com uma participação de 24 por cento, também entrou em confronto com Cattaneo nas últimas semanas sobre uma disputa com o governo italiano em relação a um plano de banda larga, disseram fontes.
Depois que o conselho assinou a demissão de Cattaneo, uma fonte disse à Reuters que o Canal+ propôs a criação de uma joint venture com a Telecom Italia sobre direitos audiovisuais para produzir filmes e seriados.
Os recursos para adquirir e encomendar séries e filmes permitiria que o Canal+ e a Telecom Italia promovam uma negociação mais difícil na disputa de conteúdo com rivais maiores como o Netflix e a Amazon. Também aumentaria a convergência entre conteúdo e distribuição de TV que está no cerne da estratégia da Vivendi.
(Por Stephen Jewkes e Gwénaëlle Barzic)