Por Naomi Tajitsu
YOKOHAMA (Reuters) - A Nissan Motor (T:7201) informou nesta segunda-feira que mediu indevidamente as emissões de escapamento e a economia de combustível de 19 modelos de veículos vendidos no Japão, no segundo caso em menos de um ano em que foram descobertas irregularidades em seus processos de inspeção.
A Nissan informou que encontrou ambientes de teste de amostra para emissões e economia de combustível em inspeções finais de veículos na maioria de suas fábricas no Japão que não estavam em conformidade com os padrões, e que os relatórios de inspeção foram baseados em medições alteradas.
O incidente é o mais recente de uma crescente lista de adulteração de dados no Japão, que prejudicou a imagem da indústria do país, conhecida pela produção eficiente e de alta qualidade.
A má conduta mais recente não afeta os veículos exportados, já que se aplica aos requisitos destinados especificamente ao mercado japonês, disse a Nissan.
As ações da montadora japonesa fecharam em baixa de 5 por cento, em seu menor valor em mais de um ano. A notícia veio depois do fechamento do pregão, mas a companhia havia dito anteriormente que faria um anúncio sobre seus testes de emissões, provocando preocupações.
A admissão desta segunda-feira veio depois que a Nissan disse em outubro que, durante décadas, inspetores não certificados assinaram as verificações finais dos carros vendidos no Japão, provocando um recall de 1,2 milhão de veículos.
"Esta é uma questão profunda e séria para a nossa empresa", disse o diretor de operações, Yasuhiro Yamauchi, a repórteres.
"Percebemos que a nossa conscientização quanto à conformidade continua faltando", disse ele, acrescentando que a empresa realizará uma investigação sobre a questão, que deve levar um mês ou mais.