Por Jussi Rosendahl e Anne Kauranen
HELSINQUE (Reuters) - A Nokia iniciou nesta quinta-feira um novo programa de corte de custos e reafirmou uma ambiciosa previsão de lucro, dizendo que a demanda das operadoras por redes 5G acelerará no restante do ano.
A indústria de redes --dominada pela Nokia, Ericsson e a chinesa Huawei-- vem sendo prejudicada por anos de desaceleração na demanda por redes 4G existentes e pelas crescentes dúvidas de investidores sobre se os contratos 5G podem começar a aumentar a rentabilidade neste ano.
A empresa finlandesa, que também relatou uma queda no lucro trimestral, disse que está buscando uma economia anual de 700 milhões de euros (até o final de 2020, sem elaborar a escala de reduções de empregos esperadas. A Nokia ainda está realizando cortes de custos anteriores de 1,2 bilhão de euros, anunciados após a aquisição em 2016 da franco-americana Alcatel-Lucent (PA:ALUA).
O presidente-executivo da empresa, Rajeev Suri, reafirmou em teleconferência uma perspectiva para o negócio de redes da Nokia de entregar uma margem operacional de 6 a 9 por cento no ano. A margem para os primeiros nove meses foi de apenas 2,6 por cento.
"Apesar de alguns riscos relacionados a atrasos de curto prazo no cronograma de projetos e entregas de produtos, continuamos no caminho certo para cumprir nossa orientação anual", acrescentou.
O lucro operacional da Nokia no terceiro trimestre caiu 27 por cento em relação ao ano anterior, para 487 milhões de euros, em linha com a previsão de analistas em uma pesquisa da Reuters, de 492 milhões de euros. O lucro do ano anterior foi puxado por um pagamento de licença de recuperação.
Mais da metade dos lucros foram gerados pelo negócio de patentes altamente lucrativo da Nokia, um legado da história da empresa como fabricante de celulares líder de mercado. A Nokia também anunciou uma extensão de sua licença de patente com a Samsung nesta quinta-feira.
(Por Jussi Rosendahl e Anne Kauranen)