Por Carolina Mandl
SÃO PAULO (Reuters) - O Nubank levantou 400 milhões de dólares em sua sétima rodada de financiamento, numa captação que avaliou a fintech entre as cinco maiores instituições financeiras da America Latina, disse seu presidente e fundador David Velez numa entrevista.
Isso quer dizer que o Nubank ficaria atrás de Itaú Unibanco (SA:ITUB4), Bradesco (SA:BBDC4), Santander Brasil (SA:SANB11) e da XP (NASDAQ:XP), de acordo com capitalização de mercado da véspera.
Esta nova rodada de financiamento avaliou o Nubank em cerca de 25 bilhões de dólares, de acordo com uma fonte familiarizada com o assunto, mais do que dobrando sua avaliação desde a última rodada de financiamento, em julho de 2019. Tal valor o colocaria à frente do Banco do Brasil (SA:BBAS3) e do BTG Pactual (SA:BPAC11), por exemplo.
O Nubank não quis comentar o assunto.
Apesar de a carteira de credito do Nubank equivaler a apenas 1,5% daquela detida pelo Itaú Unibanco, a fintech alcançou com a avaliação uma cifra igual à metade do valor de mercado do maior banco brasileiro.
O Nubank foi fundado em 2013 no Brasil como emissor de um cartão de crédito de cor roxa e sem anuidade. Desde então, conquistou 34 milhões de clientes, lançou novos produtos e se expandiu pela América Latina. Nos últimos sete anos, levantou 1,2 bilhão de dólares em várias rodadas de captação com fundos de venture capital.
O GIC, fundo soberano de Cingapura, o investidor em tecnologia Whale Rock e a Invesco lideraram a nova rodada. Investidores mais antigos como Sequoia, Tencent, Dragoneer e Ribbit também participaram.
O Nubank usará os recursos para expandir seus negócios no Brasil e também no México e na Colômbia, disse Velez, ele mesmo um colombiano formado na Stanford University e que fundou o Nubank após experiências negativas com bancos brasileiros como um expatriado em São Paulo. O Nubank lançou operações em ambos os países em 2020 e ainda está escalando seus negócios por lá.
Também planeja lançar novos serviços, como cartões de crédito corporativos, impulsionar o crédito pessoal e expandir a sua unidade de corretagem Easynvest, principalmente com produtos voltados para pessoas de classe média.
"2021 é o ano em que buscaremos o crescimento da base de clientes e a diversificação de produtos", disse Velez. "Com mais produtos, nos tornaremos uma solução completa para os clientes."