Por Michael Elkins
As empresas fabricantes de baterias da China ficaram de sobreaviso nesta semana, após uma mensagem do presidente Xi Jinping. Na segunda-feira, o mandatário declarou que tinha sentimentos mistos com a CATL (SZ:300750) e seu status de maior fabricante de baterias do mundo. Xi declarou que estava, ao mesmo tempo, feliz e preocupado com o predomínio da CATL no segmento de baterias automotivas.
Os comentários do presidente mostram que a CATL está chamando a atenção do alto escalão das autoridades chinesas. Desde o ano passado, os clientes da CATL vêm reclamando sobre a posição de mercado da companhia, que já alertou para os riscos de expansão muito rápida da indústria.
Três executivos da indústria de baterias, incluindo dois da CATL, e duas pessoas próximas aos órgãos reguladores estão trabalhando com o mercado, de acordo com a Reuters. Eles afirmaram que entenderam a mensagem de Xi como um alerta tanto para a empresa em si quanto para a indústria de baterias de forma mais ampla.
Uma dessas cinco pessoas é um alto gerente da CATL, que expressou preocupação com as afirmações de Xi em relação a todo o setor. “Está aumentando a pressão sobre todas as partes”, declarou, dizendo ainda que “mesmo que o governo pise no freio, a posição da CATL dentro da indústria não será abalada”.
Segundo Xinhua, o mandatário chinês teria dito que a regulação deveria garantir que indústrias emergentes, como a produção de baterias, se desenvolvessem "de forma prudente e constante”, a fim de evitar “um boom e uma corrida desenfreada” sem sustentação.
O acordo da CATL envolvendo o licenciamento da sua tecnologia de baterias para a produção em uma fábrica da Ford (NYSE:F) também estaria na mira das autoridades dos EUA e da China, diante do acirramento da concorrência entre os dois países no mercado de veículos elétricos. O senador republicano Marco Rubio foi convocado pelo governo Biden para repassar o acordo.
A CATL disse aos investidores que a parceria, baseada em “estratégias comerciais”, estava avançando.