PARIS (Reuters) - Promotores em Paris querem que a France Telecom, antigo monopólio agora conhecido como Orange, e seu ex-presidente Didier Lombard sejam julgados por assédio psicológico em conexão com uma onda de suicídios de funcionários de 2008 a 2009, afirmaram fontes nesta quinta-feira.
Lombard dirigia a empresa quando mais de 30 funcionários cometeram suicídio durante aquele período, uma década após a privatização. Os sindicatos dizem que realocações forçadas e metas de desempenho impossíveis estavam por trás das mortes.
Duas fontes próximas à investigação e uma fonte judicial disseram que o promotor de Paris tinha recomendado a magistrados que levassem Lombard e a empresa a julgamento para enfrentar acusações de assédio psicológico.
Eles disseram que seis outros executivos, três deles ainda na Orange, devem enfrentar também a mesma acusação de assédio ou acusações menores, incluindo colaboração no assédio.
Um juiz vai agora decidir se segue a recomendação do Ministério Público ou rejeita o caso.
A fonte judicial disse que os executivos são suspeitos de criar um "clima de extrema tensão" com o objetivo de fazer os empregados deixarem a empresa, constituindo uma "degradação perigosa das condições de trabalho".
O advogado de Lombard não quis comentar. Um porta-voz da Orange disse que a empresa tinha sido notificada da recomendação do promotor, mas se recusou a comentar o caso.
(Reportagem de Chine Labbé)