LONDRES (Reuters) - O serviço de mensagens seguras Swift, usado por bancos para transferência de dinheiro ao redor do mundo, divulgou nesta sexta-feira as áreas em que planeja melhorar a segurança, após ataques em que hackers roubaram milhões de dólares de bancos em Bangladesh e no Equador.
A Swift informou nesta sexta-feira que vai consultar seus usuários, que também são seus controladores, sobre novas medidas de segurança, incluindo potencial desenvolvimento de ferramentas que possam permitir a identificação de instruções fraudulentas de pagamentos.
Historicamente, o núcleo dos negócios da Sociedade para Telecomunicações Globais Interbancárias (Swift, na sigla em inglês) é a transmissão de mensagens autenticadas entre bancos.
No futuro, a entidade pode buscar averiguar as mensagens para assegurar que instruções de pagamento são consistentes com os padrões normais das contas dos usuários, semelhante ao que bancos de varejo fazem para identificar transações incomuns.
A cooperativa belga está no centro das finanças internacionais há quatro décadas e revelações nos últimos meses de que vários bancos sofreram ataques em seus terminais Swift atingiram a confiança em um serviço considerado anteriormente como totalmente seguro.
Em fevereiro, hackers invadiram o sistema Swift do banco central de Bangladesh e roubaram 81 milhões de dólares da autoridade monetária do país asiático ao dispararem mensagens falsas ao Federal Reserve de Nova York.
O ataque ocorreu após um roubo contra o Banco del Austro, no Equador, que rendeu mais de 12 milhões de dólares. Antes disso, um ataque ao Tien Phong Bank, no Vietnã, acabou não sendo bem sucedido.
Nesta sexta-feira, o presidente da Autoridade Bancária Europeia, Andrea Enria, pediu a autoridades da União Europeia para testarem a segurança das instituições financeiras dos Estados do bloco, alertando que os bancos podem acabar recebendo ordem para manterem reservas adicionais de capital diante de ameaça de cibersegurança.
A Swift afirmou que vai buscar encorajar bancos, que até agora se mostram relutantes em informar ataques sofridos a outras instituições, a compartilharem informações para que tendências e táticas usadas pelo cibercrime possam ser identificadas.
A cooperativa também afirmou que poderá desenvolver novos sistemas para cancelamento de instruções de pagamento. Atualmente, mensagens de cancelamento somente podem ser enviadas entre usuários da rede que tenham um relacionamento bancário direto. Isto torna mais difícil o cancelamento de uma ordem fraudulenta enviada por bancos intermediários.