Por Huw Jones e Carolyn Cohn
LONDRES (Reuters) - Os bancos e seguradoras da Grã-Bretanha devem tomar a iniciativa de divulgar como vão usar os dados coletados de clientes ou poderão enfrentar nova regulamentação, disse o presidente da Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês), Charles Randell, nesta quarta-feira.
As empresas financeiras têm usado Big Data com clientes, o que pode incluir o uso de mídias sociais, por exemplo, para precificar seguros automotivos ou de saúde com mais precisão. Mas a tendência preocupa reguladores e grupos de defesa dos consumidores.
O uso de Big Data requer uma boa comunicação para que os consumidores entendam e aceitem a abordagem de uma empresa no uso de seus dados e não acabem sendo "desprovidos de direitos", disse Randell.
"Por boa comunicação não quero dizer páginas e páginas de divulgações obscuras, isenções de responsabilidade e consentimentos. Quero dizer declarações curtas e legíveis que deixam claro o que as empresas farão e não farão com os dados de seus clientes", disse Randell à Reuters.
Randell, que assumiu a presidência da FCA em abril, disse que o poder das corporações de Big Data e seu papel central na prestação de serviços que hoje são essenciais na vida cotidiana levantam questões importantes sobre a adequação das estruturas globais de concorrência e regulação.
"O consumidor comum pode, na prática, não ter escolha para lidar com essas corporações com termos que são inegociáveis e gerais demais para serem bem entendidos. E sem acesso aos dados que os consumidores liberaram ao assinar - ou clicar -, novas empresas podem achar muito difícil competir."
"Somando todos esses fatores, se questiona a adequação da abordagem liberal tradicional na relação entre as empresas de serviços financeiros e seus clientes. E a regulação é central porque ajudará a definir se a inteligência artificial e Big Data libertam ou privam os clientes de seus direitos", disse Randell.
(Por Huw Jones e Carolyn Cohn)