Por Hyunjoo Jin e Se Young Lee
SEUL (Reuters) - A Samsung indicou nesta segunda-feira que a chegada da nova versão do celular Galaxy S pode ser adiada diante de esforços para melhorar a segurança de seus produtos, depois que o modelo Note 7 foi descontinuado por casos de fogo no aparelho.
Após uma investigação de meses, a maior fabricante de celulares inteligentes do mundo afirmou que baterias defeituosas de dois fornecedores foram as responsáveis pelos casos de fogo no Note 7, que custaram à companhia sul-coreana 5,3 bilhões de dólares em lucro operacional.
O diretor da divisão de dispositivos móveis da Samsung, Koh Dong-jin, afirmou que procedimentos foram adotados para evitar a repetição dos problemas no Note 7. A companhia se prepara para o lançamento do Galaxy S8, o primeiro produto premium da companhia desde o recall global do Note 7 em outubro, menos de dois meses depois do lançamento.
"As lições deste incidente estão profundamente refletidas em nossa culturua e processos", disse o executivo a jornalistas. "A Samsung está trabalhando duro para recuperar a confiança dos consumidores."
Koh disse que o Galaxy S8 não será lançado durante a feira mundial de telefonia móvel marcada para Barcelona que começa em 27 de fevereiro. O evento é um local tradicional de lançamentos da série S da Samsung. Ele não comentou quando a companhia planeja lançar o aparelho, embora analistas do setor esperem que as vendas do produto comecem até abril.
A Samsung informou também nesta segunda-feira que ainda não decidiu se irá reusar partes dos Note 7s recolhidos ou se vai revender os aparelhos. Uma fonte com conhecimento do assunto disse à Reuters que a revenda de alguns Note 7 como aparelhos remanufaturados é uma opção.
A companhia afirmou que recolheu 96 por cento dos 3,06 milhões de Note 7s vendidos aos consumidores.
CURTO-CIRCUITO
Investigações de especialistas internos e externos excluíram problemas com o hardware ou o software do Note 7. Em vez disso, afirmaram que as baterias do aparelho, vindas de dois fornecedores, tinham defeitos diferentes de produção ou falhas de projeto que causaram curtos-circuitos.
"As chances de dois fornecedorees diferentes terem problemas com o mesmo aparelho é extremamente baixa e isso pode ser um sinal de que nós atingimos um ponto de inflexão na tecnologia de baterias dos smartphones", disse Patrick Moorhead, presidente da empresa de análise de mercado Moor Insights & Strategy.
A Samsung não informou os nomes dos fornecedores das baterias nesta segunda-feira, mas anteriormente tinha citado a afiliada Samsung SDI e a chinesa Amperex Technology. A SDI afirmou que vai investir 129 milhões de dólares para melhorar a segurança dos produtos e espera continuar sendo fornecedora da Samsung. A companhia chinesa não comentou o assunto.
A Samsung afirmou que aceitou a responsabilidade e não vai tomar ações legais contra as fornecedoras. A empresa promovia tempo de uso mais longo do bateria e carregamento mais rápido como grandes melhorias quando lançou o Note 7.