Por Angela Moon e Ju-min Park
NOVA YORK/SEUL (Reuters) - A Samsung disse que recebeu alguns relatos de problemas nas telas dos aparelhos de teste do smartphone dobrável Galaxy Fold.
O aparelho, que começará a ser vendido em 26 de abril nos Estados Unidos, se assemelha a um smartphone convencional, mas abre como um livro, revelando uma segunda tela do tamanho de um pequeno tablet de 7,3 polegadas. O design, parecido com o do Mate X, da Huawei, foi saudado como o futuro em um campo que tem visto poucas surpresas desde a Apple (NASDAQ:AAPL) lançar o iPhone em 2007.
Antes do início das vendas do Galaxy Fold, jornalistas que receberam modelos de teste para avaliação relataram falhas após um ou dois dias de uso do aparelho.
"Vamos inspecionar minuciosamente essas unidades... para determinar a causa do problema", disse a Samsung em comunicado.
Os defeitos lembraram os do condenado Galaxy Note 7, lançado há três anos. As falhas de bateria e design do aparelho resultaram em incidentes com unidades do modelo pegando fogo ou explodindo, forçando a Samsung a fazer um recall global e cancelar as vendas do modelo. O recall anulou quase todo o lucro da divisão de celulares da Samsung no terceiro trimestre de 2016.
Com o Fold, os analistas disseram que o mau funcionamento do primeiro lote de um modelo de teste não causa surpresa. Além disso, o design de dobra para dentro do aparelho provavelmente será menos durável do que a abordagem de dobra para fora, da Huawei, disseram os analistas.
"Dobrar para dentro é mais difícil de fazer do que dobrar para fora, já que aumenta a pressão nas telas", disse o analista Park Sung-soon da BNK Securities.
A Samsung informou que planeja fabricar pelo menos 1 milhão de aparelhos Fold, contra o total de 300 milhões de aparelhos que produz anualmente. A companhia encerrou a pré-venda do modelo devido ao que chamou de alta demanda.
Nesta quinta-feira, a Samsung disse à Reuters que não houve mudança no cronograma de lançamento após os relatórios de mau funcionamento dos primeiros modelos do Fold.
"Acho que, com o passar do tempo, a taxa de rendimento melhorará e os dobráveis que os clientes terão em mãos serão muito melhores", disse o analista Lee Kyu-ha, da NH Investment & Securities. "Mas eu não sei se a Samsung pode resolver completamente o problema das telas."