Por Sankalp Phartiyal e Tanvi Mehta
MUMBAI/BENGALURU (Reuters) - A entidade que representa o setor de tecnologia da informação (TI) na Índia alertou nesta terça-feira que o projeto de lei no Congresso norte-americano destinado a impor regras mais duras para concessão de vistos atinge injustamente algumas de suas empresas e não vai resolver a escassez de mão-de-obra em tecnologia e engenharia nos Estados Unidos.
A Nasscom, que defende interesses dessa indústria na Índia, respondeu a um projeto de lei da deputada democrata Zoe Lofgren, para dobrar o salário mínimo exigido para titulares de vistos H-1B a 130 mil dólares e determinar quantos vistos seriam concedidos com base em fatores como média salarial.
O mercado indiano de TI de 150 bilhões de dólares, liderado por empresas como a Tata Consultancy, Infosys e Wipro, usa os vistos H-1B para enviar engenheiros e desenvolvedores para clientes nos EUA, seu maior mercado, mas críticos dizem que elas estão usando os vistos para substituir trabalhadores norte-americanos.
Preocupações sobre as políticas de imigração do presidente Donald Trump cresceram após sua decisão de proibir a entrada de refugiados.
"O projeto Lofgren contém itens que podem constituir um desafio para o setor de TI na Índia e, portanto, vai deixar brechas que anularão o objetivo de salvar empregos americanos", disse a Nasscom.
O presidente-executivo da Tech Mahindra, quarta maior exportadora de serviços de software do país, disse que o setor de TI indiano já busca alternativas.
Nesta terça-feira, o Ministério de Relações Exteriores da Índia, informou que expressou suas preocupações ao governo dos EUA, mas não deu detalhes.
Ações de empresas de TI da Índia caíram nos últimos dias com preocupações sobre o impacto do projeto de lei.