Por Ilya Zhegulev
KIEV (Reuters) - A Ucrânia pediu ajuda ao FBI nos Estados Unidos para investigar um suposto ataque cibernético de hackers militares russos à empresa de energia ucraniana Burisma, informou uma autoridade do Ministério do Interior da Ucrânia nesta quinta-feira.
No mesmo comunicado, o Ministério do Interior também anunciou uma investigação sobre a possível vigilância ilegal da então embaixadora norte-americana em Kiev, Marie Yovanovitch, após mensagens contidas em documentos divulgados pelo Congresso dos EUA nesta semana.
A Burisma Holdings esteve no centro das tentativas do presidente dos EUA, Donald Trump, em julho passado, de convencer as autoridades ucranianas a realizar uma investigação sobre Hunter Biden, filho do pré-candidato presidencial democrata Joe Biden.
Os esforços de Trump levaram o presidente republicano a ser acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso, o que resultou em um processo de impeachment atualmente em tramitação. Trump nega ter cometido qualquer irregularidade.
A empresa de segurança cibernética Area 1 Security, com sede na Califórnia, identificou na segunda-feira o ataque à Burisma e o vinculou ao Diretório Principal de Inteligência Militar da Rússia, ou GRU.
O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a um pedido de comentário sobre as afirmações da Area 1 Security.
"Note-se que o ataque de hackers provavelmente foi cometido pelos serviços especiais russos", disse Artem Minyailo, funcionário do Ministério do Interior da Ucrânia, em comunicado.
Minyailo disse que a Ucrânia pediu assistência ao FBI e à Area 1 Security em relação a informações dizendo que hackers roubavam dados pessoais de funcionários e e-mails de executivos da Burisma e de outras empresas. Essas outras empresas incluem a produtora de mídia do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse.
O Departamento de Justiça dos EUA encaminhou as perguntas da Reuters ao FBI, que não respondeu de imediato.
A Casa Branca disse que Trump poderá discutir o ataque hacker à empresa de energia ucraniana na próxima vez que falar com o presidente russo, Vladimir Putin.
O Departamento de Estado dos EUA e a embaixada dos EUA em Kiev não responderam a pedidos de comentários.