SAN FRANCISCO (Reuters) - O Yahoo divulgou lucro ajustado trimestral melhor que o esperado nesta terça-feira, um impulso para a empresa cujo acordo para vender seu negócio principal para Verizon Communications foi abalado por um vazamento massivo de dados de clientes.
O conselho da Verizon disse na semana passada que o vazamento, que afetou pelo menos 500 milhões de contas de e-mail em 2014, pode ter um impacto importante, possivelmente permitindo que a Verizon desiste do acordo de 4,83 bilhões de dólares.
O resultado trimestral deu ao menos uma indicação inicial de que a violação de dados não levou a um êxodo rápido de clientes do Yahoo, como alguns temiam. As tendências de clientes mostraram crescimento das visitas ao site e do uso do e-mail, disse o Yahoo.
Outro sinal positivo do Yahoo foi a receita gerada pela Mavens - unidades de publicidade social, móvel, nativas e de vídeos que a presidente-executiva Marissa Mayer apregoa ser o negócio emergente - subiu 24,2 por cento, para 524 milhões de dólares.
Ainda assim, a empresa mostrou declínio contínuo nas principais categorias de receitas. A receita bruta de busca caiu 14,1 por cento, para 752,5 milhões de dólares.
A receita total subiu 6,5 por cento para 1,31 bilhão de dólares, ante estimativa média de analistas de 1,3 bilhão de dólares, segundo a Thomson Reuters I/B/E/S. Mas após dedução de taxas pagas a sites parceiros, a receita recuou para 857,7 milhões de dólares, ante 1 bilhão de dólares.
No trimestre encerrado em 30 de setembro, o lucro líquido atribuível ao Yahoo subiu a 162,8 milhões de dólares, ou 0,17 dólar por ação, ante 76,3 milhões de dólares, ou 0,08 dólar por ação, um ano antes. Excluindo alguns itens, o Yahoo lucrou 0,20 dólar por ação, superando estimativa média de analistas de 0,14 dólar.
A Verizon planeja combinar os ativos de busca, e-mail e mensagens do Yahoo, bem como ferramentas de tecnologia de publicidade com a sua unidade AOL, que comprou no ano passado por 4,4 bilhões de dólares.
O negócio transformaria o Yahoo em uma holding, com 15 por cento na gigante chinesa de e-commerce Alibaba e 35,5 por cento da Yahoo Japan, bem como notas conversíveis do Yahoo, certos investimentos minoritários e patentes não essenciais.
O acordo deve ser concluído no início de 2017. Depois disso, o Yahoo quer mudar de nome e virar uma empresa de investimento.
(Reportagem de Anya George Tharakan)