SAN ANTONIO DEL TÁCHIRA, Venezuela (Reuters) - Milhares de venezuelanos se deslocaram até a fronteira do país com a Colômbia para comprar alimentos e remédios na nação vizinha, aproveitando mais uma abertura temporária da fronteira neste fim de semana.
A decisão do governo venezuelano de suspender a proibição de entrada e saída na fronteira com a Colômbia, mantida desde o ano passado, animou muita gente que vive a centenas de quilômetros da fronteira a viajar para entrar em território colombiano e se abastecer com itens de necessidade básica, difíceis de serem obtidos na Venezuela há meses.
O governador de Táchira, José Vielma, surpreendeu ao permitir a abertura da fronteira no sábado e no domingo durante o dia, depois de fazer o mesmo por apenas 12 horas na semana passada.
"Chegamos às duas da manhã e dormimos aqui mesmo na rua", disse Erna Millán, de 59 anos, antes de chegar à Colômbia após uma viagem de 12 horas que fez com amigos em um carro particular, partindo da cidade litorânea de Puerto Cabello.
"Vim comprar remédios porque não consigo em meu país e também vou comprar o kit de cesárea para minha filha que está prestes a dar à luz", acrescentou.
Como ela, uma multidão percorreu a ponte que liga a cidade fronteiriça de San Antonio del Táchira à Colômbia desde as primeiras horas deste domingo, quando as autoridades dos dois países começaram a realizar a fiscalização de fronteira novamente.
A queda nos preços do petróleo, principal fonte de renda do governo venezuelano, complicou os programas públicos de importação e a venda a preços subsidiados de itens de necessidade básica, obrigando-o a cortar severamente a venda de dólares ao setor privado, que reduziu ao mínimo sua atividade.
No sábado, 44 mil venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia, informou o diretor de migração da Venezuela Christian Krüger. "Para hoje, estamos esperando que supere os 75 mil registros", acrescentou.
(Por Anggy Polanco)