CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - Pelo menos 105 cadáveres não identificados teriam sido enterrados por funcionários judiciais em uma grande fossa clandestina encontrada em um Estado no centro do México, disseram autoridades nesta sexta-feira.
A descoberta ocorreu a partir da busca feita pela família de um homem que foi sequestrado e assassinado em 2013 e cujo corpo, apesar de ter sido identificado por exames de DNA, foi enviado à fossa, como as autoridades costumam fazer quando ninguém procura.
É normal que devido aos elevados índices de violência que atinge o país e a desordem que existe nas promotorias, que muitos corpos não sejam identificados e terminem em fossas comuns, mas essas covas geralmente estão em cemitérios e têm autorização. Mas a deste caso em particular não estava regularizada.
"Sabe-se neste momento que seriam uns 105 corpos, mas não é um número final", disse à Reuters um funcionário da promotoria estatal sobre os cadáveres encontrados na fossa localizada em Tetelcingo, uma pequena comunidade indígena de Morelos, um dos Estados com o maior índice de sequestros do país.
"Os corpos estavam dentro de bolsas onde também havia, embora não em todas, uma garrafa de plástico com o número da pasta de investigação. Todos estavam em uma única fossa enorme", disse à Reuters um representante da Comissão de Direitos Humanos do Estado que preferiu omitir seu nome por não estar autorizado a se pronunciar.
A promotoria de Morelos afirmou em nota que os funcionários serão investigados por "descumprimento de funções públicas, exercício indevido de serviço público, violação das leis sobre sepultamento e exumação de cadáveres".