PARIS (Reuters) - Alegações de estupro contra um ministro tirado do oposicionista partido conservador ofuscaram a primeira reunião do novo gabinete do presidente francês, Emmanuel Macron, nesta segunda-feira, atrapalhando os esforços para retomar sua Presidência.
Damien Abad, recém-nomeado ministro da Solidariedade e Deficientes, negou no domingo ter estuprado duas mulheres, após acusações publicadas pelo site Mediapart em um artigo baseado em entrevistas com as mulheres.
A nova primeira-ministra de Macron, Elisabeth Borne, disse que não estava ciente das alegações quando ele se juntou ao governo, que Macron nomeou na sexta-feira após duas semanas de esforços para encontrar um equilíbrio entre gênero, persuasão política e experiência.
Abad, que anteriormente era o líder do partido conservador, da oposição na Câmara, foi a maior aposta de Macron nas fileiras de centro-direita e uma tentativa de enfraquecer ainda mais o partido dos ex-presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy.
As mulheres citadas pela reportagem do Mediapart disseram que Abad as forçou a ter relações sexuais indesejadas com ele. As ações aconteceram no final de 2010 e início de 2011, segundo elas.
Uma das mulheres apresentou uma queixa à polícia contra Abad em 2017, que foi encerrada sem ações, disseram Abad e Mediapart.
Abad negou qualquer irregularidade e afirmou que sua deficiência, um distúrbio chamado artrogripose que afeta todos os quatro membros, tornava fisicamente impossível para ele cometer os atos de que foi acusado.
Políticos de oposição da esquerda pediram a Macron que demita Abad.
(Por Michel Rose; reportagem adicional de Ingrid Melander)