WASHINGTON (Reuters) - A agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) teve um progresso limitado em sua investigação sobre as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã, embora Teerã tenha cooperado com a agência na implementação de um acordo provisório firmado com potências mundiais, disse o chefe da entidade nesta segunda-feira.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está investigando alegações de testes com explosivos e outras atividades que poderiam ser usadas pelo Irã para desenvolver bombas atômicas.
O inquérito acontece simultaneamente às conversas de Teerã com Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e China para deter suas atividades nucleares em troca da suspensão das sanções econômicas. Diplomatas expressaram preocupação de que haja pouco avanço nas conversas até o acordo político ser alcançado.
As potências obtiveram um pacto provisório com o Irã, chamado de Plano de Ação Conjunta, em 2013, que frearia alguns aspectos do programa nuclear iraniano tendo como contrapartida algum alívio nas sanções.
"No tocante à implementação do acordo de salvaguardas abrangentes, temos uma boa cooperação com o Irã", disse Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA, em uma conferência em Washington realizada pelo Carnegie Endowment for International Peace, organização de promoção da paz sem fins lucrativos.
"Mas com respeito ao esclarecimento de questões com possíveis dimensões militares, o progresso é limitado, e esta é a área na qual... é preciso mais cooperação do Irã."
Amano afirmou que a agência ainda não foi capaz de concluir se todo o material nuclear do Irã está sendo usado para fins pacíficos.
(Por Yeganeh Torbati e Timothy Gardner)