Por Emma Farge
GENEBRA (Reuters) - Agências de ajuda da ONU expressaram alarme nesta terça-feira com a escala da operação militar israelense na cidade de Jenin, na Cisjordânia, onde 10 palestinos foram mortos, dizendo que havia restrições ao acesso médico.
A operação, que envolveu ataques de drones e centenas de soldados e foi uma das maiores do gênero em anos, entrou em um segundo dia na terça-feira, levando à retirada de milhares de pessoas de um campo de refugiados.
"Estamos alarmados com a escala das operações aéreas e terrestres que estão ocorrendo em Jenin, na Cisjordânia ocupada, e com os ataques aéreos que atingem um campo de refugiados densamente povoado", disse em um briefing Vanessa Huguenin, porta-voz do escritório humanitário da ONU, dizendo que três menores estavam entre os mortos. Ela não respondeu imediatamente a um pedido de idade das vítimas.
Danos à infraestrutura causados por ataques aéreos cortaram a maior parte da água e da eletricidade no acampamento, acrescentou ela. O Crescente Vermelho Palestino disse anteriormente que retirou cerca de 3.000 pessoas.
A Cruz Vermelha disse estar "extremamente preocupada com a alarmante intensificação da violência armada" em Jenin.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a instituição de caridade médica Médicos Sem Fronteira (MSF) levantaram preocupações sobre o acesso.
"Os ataques contra a saúde, incluindo a prevenção do acesso a pessoas feridas, são extremamente preocupantes", disse o porta-voz da OMS, Christian Lindmeier, acrescentando que as restrições impostas pelas forças israelenses impediram que os socorristas alcançassem os feridos gravemente dentro do campo.
A instituição MSF disse que escavadeiras militares destruíram as vias que levam ao acampamento, tornando quase impossível para as ambulâncias chegarem aos pacientes.
"Os paramédicos palestinos foram forçados a prosseguir a pé, em uma área com tiros e ataques de drones", afirmou.
Israel diz que o objetivo de sua operação é erradicar as facções palestinas apoiadas pelo Irã por trás de uma onda de ataques com armas e bombas, bem como esforços preliminares para fabricar foguetes.
"Israel garante que a assistência humanitária seja fornecida e não aplica nenhuma limitação de acesso para a equipe médica, exceto em locais onde a vida da equipe médica está em risco devido a trocas de tiros", disse sua missão diplomática em Genebra em comunicado à Reuters.