Por Ivelisse Rivera
PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Milhares de pessoas no Haiti enfrentavam escassez de água depois que dias de protestos praticamente interromperam a distribuição, disseram testemunhas oculares no sábado, enquanto uma tempestade que se aproximava causava mais preocupação no país.
Muitos moradores da capital do Haiti, Porto Príncipe, foram forçados a se abrigar em casa nesta semana, quando houve tiroteios e pneus em chamas bloquearam as ruas durante protestos contra o aumento dos preços dos combustíveis e a criminalidade.
Isso desacelerou ou interrompeu o trabalho das empresas que normalmente fornecem água na cidade, onde as temperaturas têm chegado a 34 graus centígrados.
Temores com a aproximação da tempestade tropical Fiona também alimentavam a corrida para obter água. Os meteorologistas disseram que as chuvas mais fortes da tempestade têm maior probabilidade de atingir a República Dominicana, no leste da ilha de São Domingos.
A mais recente onda de agitação no país ocorreu conforme a inflação atingiu o nível mais alto em uma década e a violência de gangues deixou centenas de mortos e milhares de deslocados, com grande parte do território do Haiti fora do alcance do governo.
Richardson Adrien, morador de Porto Príncipe, disse à Reuters que a falta de água potável é apenas a mais recente dor de cabeça. Nos últimos meses, os moradores também lutaram para encontrar combustível, deixando alguns incapazes de trabalhar.
Encontrar água limpa é um problema, disse. "Procuramos em todos os lugares e não encontramos. Colocamos Clorox na água para poder beber, você não encontra água", disse ele.
O governo haitiano não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.