Por Elana Ringler
NAHARAYIM (Reuters) - Foi uma colheita amarga para alguns agricultores israelenses na fronteira com a Jordânia. Neste domingo, expira formalmente um acordo de 25 anos entre os dois países que lhes permitia cultivar a terra no local.
Sob o acordo, parte do tratado de paz Jordânia-Israel de 1994, dois territórios situados na fronteira foram reconhecidos como soberania da Jordânia, mas com disposições especiais que permitiam que os agricultores israelenses trabalhassem na terra e que visitantes passeassem no parque da Ilha da Paz na região.
Mas em 2018 a Jordânia disse que não queria continuar o acordo, no que foi amplamente visto como um sinal de relações diplomáticas cada vez mais tensas.
O rei Abdullah declarou formalmente neste domingo o fim do regime especial de 25 anos, que a maioria dos jordanianos considerava uma humilhação que perpetuava a "ocupação" israelense do território jordaniano.
"Anuncio o fim do trabalho no anexo especial nas duas áreas de Ghumar e Baqoura no tratado de paz e imponho nossa total soberania a cada centímetro delas", disse o rei em discurso marcando o início de uma nova sessão parlamentar, sendo aplaudido por parlamentares e autoridades.
Para os israelenses que cultivam a terra, a expiração do acordo é um duro golpe.
"Foi como um soco no rosto", disse Eli Arazi, 74 anos, agricultor cujo kibutz, ou comunidade agrícola, trabalhava em um dos lotes de terra que em hebraico se chama Naharayim e em árabe, Baqoura.