CARACAS (Reuters) - A entrada de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cruz Vermelha na Venezuela melhorou levemente o abastecimento de insumos e medicamentos nos pronto-socorros de grandes hospitais públicos, mas a escassez continua na casa dos 50%, disse nesta quarta-feira a organização não governamental Médicos por la Salud.
A falta de remédios e equipamentos, somada à de água e energia e à migração de funcionários da área de saúde provocada pelos salários baixos, atinge os hospitais do país, que enfrenta uma hiperinflação arraigada e seu quinto ano de recessão.
Em meio à crise, que inclui blecautes nacionais e cortes no abastecimento de água, a ONU e a Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho levaram ao país, ao menos desde abril, auxílios como geradores elétricos para hospitais.
Também chegaram 348 kits de emergência, cada um com uma tonelada de remédios e insumos com capacidade para atender 10 mil pessoas, disse Julio Castro, do grupo de doutores que criou os Médicos por la Salud em 2014 para defender o direito à saúde e preencher o vazio oficial de dados.
Em agosto, a Cruz Vermelha disse em um comunicado que, desde o início do ano e até este mês, foram recebidas 100 toneladas de ajuda em medicamentos, insumos médicos, geradores, barris de água, pastilhas purificadoras e mosquiteiros anti-malária distribuídos em 38 centros de saúde da nação.
O desabastecimento nos pronto-socorros dos hospitais era de 49,7% em novembro de 2018 e diminuiu para 43,3% em julho, segundo um estudo dos Médicos por la Salud elaborado com dados de seus colabores médicos e enfermeiras de 40 grandes hospitais públicos dos 23 Estados do país, disse Castro.
(Por Vivian Sequera)