Por Hans-Edzard Busemann
BERLIM (Reuters) - O proeminente jornalista da Al Jazeera Ahmed Mansour foi solto de uma prisão de Berlim nesta segunda-feira, em um novo desenrolar de um incidente diplomático incomum para a Alemanha, dois dias após o repórter ter sido preso a pedido do Egito.
Mansour, um dos jornalistas mais conhecidos da rede de televisão pan-árabe, foi solto depois que o Egito não foi capaz de dissipar preocupações sobre o processo de extradição, informou a Procuradoria-Geral de Berlim em comunicado.
Mais cedo, um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores alemão disse em entrevista coletiva que a Alemanha não extraditaria ninguém para um país onde a pessoa pudesse ser condenado à morte.
Mansour fora posto sob custódia por um juiz alemão depois de ser detido em um aeroporto de Berlim no sábado a pedido do Egito. No ano passado, um tribunal do Cairo condenou Mansour a 15 anos de prisão mesmo na sua ausência, acusando-o de torturar um advogado em 2011 na praça Tahrir, o epicentro da revolta que derrubou o veterano autocrata Hosni Mubarak. Mansour e a Al Jazeera negam a acusação.
Também no ano passado, uma corte egípcia prendeu três jornalistas da Al Jazeera sob acusações que incluíam ajuda a um grupo terrorista.
O Egito acusa a Al Jazeera de ser um veículo da Irmandade Muçulmana, movimento islâmico apoiado pelo Catar ao qual pertence o primeiro presidente eleito do Egito e que o atual mandatário egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, retirou do poder em 2013, quando era chefe do Exército, e que afirma ser um grupo terrorista.
(Por Paul Carrel e Michelle Martin)