Por Hans-Edzard Busemann
BERLIM (Reuters) - Membros destacados dos conservadores da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, expressaram nesta quinta-feira a esperança de que as conversas sobre a formação de uma coalizão com o Partido Social-Democrata (SPD, na sigla em alemão) sejam finalizadas no domingo, sinalizando o final de quatro meses de limbo político no país.
Para garantir um quarto mandato, Merkel precisa que o SPD concorde com a retomada da "grande coalizão" que vinha governando a maior economia da Europa desde 2013.
Investidores temem que o prolongamento das conversas esteja adiando reformas domésticas e na União Europeia. Uma tentativa anterior de montagem de uma coalizão com partidos menores fracassou em novembro.
"Nesta altura, ainda espero (uma conclusão) até domingo", disse Horst Seehofer, o combativo líder conservador da Baviera, aos repórteres antes de uma reunião entre os 16 chefes das unidades federativas alemãs com Merkel.
Armin Laschet, premiê conservador do Estado da Renânia do Norte-Vestfália, disse que a segunda e a terça-feira são "dias de reserva" que ele torce para não sejam necessários. "Espero que encerremos até o (final do) fim de semana", disse.
Grupos de trabalho voltarão a se reunir ainda nesta quinta-feira com o objetivo de finalizar acordos em tópicos como as aposentadorias. Entre outras questões espinhosas estão a reforma da saúde, a lei trabalhista e a política europeia.
Seehofer insistiu que uma nova coalizão precisa se ater aos planos de limitar gastos governamentais adicionais a 46 bilhões de euros até 2021, a base de um esboço acordado durante conversas exploratórias ocorridas no mês passado.
Os partidos concordaram a respeito das metas climáticas, das contribuições previdenciárias e do acolhimento de familiares de imigrantes.
Nesta quinta-feira a câmara baixa do Parlamento votou a prorrogação das regras para impedir a reunião de imigrantes até o final de julho, acertado pelos parceiros da coalizão em potencial dois dias atrás.
A suspensão em vigor, adotada em 2016, estava prestes a expirar.
Os aliados bávaros de Merkel fizeram pé firme contra as políticas imigratórias mais generosas exigidas pelo SPD. Uma desavença surgiu entre os dois lados depois do compromisso sobre a reunião de parentes de imigrantes na terça-feira, que os dois lados tentaram retratar como uma vitória.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC