CAIRO (Reuters) - Uma aliança política leal ao presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, conquistou todos os 60 assentos listados para disputa no primeiro turno das eleições parlamentares, nas quais os partidos de oposição estiveram ausentes, mostraram os resultados oficiais nesta quarta-feira.
A rodada inicial de votação para o que vai ser o primeiro Parlamento do Egito em três anos ocorreu no domingo e na segunda-feira, com um comparecimento às urnas de pouco mais de um quarto do eleitorado e imagens de centros eleitorais vazios exibidas pela imprensa local.
A votação tem sido comemorada por Sisi como o passo final numa transição política para levar o Egito à democracia, mas os críticos dizem que o pleito foi prejudicado pela repressão generalizada.
A Irmandade Muçulmana, principal oposição, que ganhou quase metade dos assentos em 2011-12, foi banida e declarada terrorista. Milhares de seus integrantes estão presos, e os seus simpatizantes boicotaram a eleição.
Uma lista de partidos liberais e socialistas, que representariam assim a principal força de oposição nas urnas, se retirou, deixando a disputa ser dominada pelos simpatizantes de Sisi, ex-burocratas do presidente derrubado Hosni Mubarak, notáveis das províncias e empresários ricos.
O Comitê Eleitoral anunciou um comparecimento de 26,56 por cento dos eleitores nos dois dias de votação, abaixo do registrado nas eleições presidenciais de 2014, vencidas pelo ex-comandante militar Sisi, e bem abaixo do registrado em 2011-12 nas eleições parlamentares que ocorreram meses depois da queda de Mubarak.
O novo Parlamento terá 568 membros, 448 eleitos individualmente e 120 por intermédio de listas.
(Reportagem de Omar Fahmy)