Por Steve Holland e David Ljunggren
WASHINGTON/TORONTO (Reuters) - Aliados ocidentais intensificaram nesta segunda-feira a pressão para que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantenha um acordo nuclear internacional com Irã em vigor, e o presidente francês, Emmanuel Macron, fez um apelo a Trump para não descartar o pacto de 2015.
Trump disse que, a menos que seus aliados europeus consertem o que chamou de "defeitos terríveis" do acordo até 12 de maio, ele reativará as sanções econômicas dos EUA contra Teerã, o que seria um golpe duro no pacto.
Macron, que chega a Washington para uma visita de Estado ainda nesta segunda-feira, disse no domingo que não existe "plano B" para conter as ambições nucleares iranianas.
O acordo entre Irã, EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha nasceu de um temor já antigo entre as grandes potências de que a República Islâmica estivesse tentando desenvolver uma arma atômica, o que as levou a impor limites ao programa nuclear iraniano em troca da suspensão de sanções contra o regime. Críticos do acordo, incluindo Trump, disseram que ele não contém o Irã adequadamente.
Trump vê três defeitos: uma omissão relativa ao programa de mísseis balísticos de Teerã; os termos sob os quais inspetores internacionais podem visitar possíveis instalações nucleares iranianas; e cláusulas "do pôr do sol" segundo as quais os limites ao programa nuclear do Irã vencem depois de 10 anos.
O ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, disse que tanto Macron quanto a chanceler alemã, Angela Merkel, que deve ser reunir com Trump em Washington na sexta-feira, devem exortar o colega norte-americano a permanecer no acordo.
"Acreditamos que é extremamente importante manter este acordo. Caso ele fracasse ou os EUA se retirem, não teríamos nada comparável a ele, e tememos que a situação se deterioraria significativamente, com tudo que isso implica", disse Maas aos repórteres.
Ele falava durante uma reunião de chanceleres do G7, as sete maiores nações industrializadas do mundo, em Toronto.
O chanceler britânico, Boris Johnson, ecoou esta opinião: "Existe uma opinião forte ao redor da mesa (do G7) de que precisamos defender o JCPOA (Plano de Ação Abrangente Conjunta, nome oficial do acordo)".