SÃO PAULO (Reuters) - Uma alteração na composição da vacina contra a febre aftosa, que tem sido vista como provável vilã na suspensão de importações de carne brasileira pelos Estados Unidos, "está em avaliação" pelo Ministério da Agricultura e ainda necessita de mais análises antes de ser efetivada, disse a pasta à Reuters nesta segunda-feira.
Um componente das vacinas, o adjuvante saponina, foi apontado pelo setor como o responsável pelo aparecimento de abscessos ("caroços") na proteína, o que levou os Estados Unidos a suspenderem as importações de carne bovina in natura brasileira no mês passado.
"Mudanças na composição e na dosagem requerem novos testes para garantir a manutenção da qualidade da vacina", disse o Ministério da Agricultura, em nota enviada após questionamentos da Reuters.
Mais cedo nesta segunda-feira, o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) disse que as mudanças, que incluem a redução da dose de 5 ml para 2 ml, além da retirada do adjuvante saponina, deverão valer para a campanha oficial de vacinação de novembro de 2018.
"O desenvolvimento de uma nova formulação implica investimentos pesados por parte da indústria para adequação aos parâmetros de controle, porém mantendo a mesma eficiência e pureza da formulação atual", disse, em nota, o vice-presidente executivo do Sindan, Emilio Salani.
A proposta foi levada ao Ministério da Agricultura durante a 6ª Reunião Extraordinária da Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa), realizada semana passada em Brasília.
(Por José Roberto Gomes)