Por Katie Nguyen
LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - A Anistia Internacional decidiu nesta terça-feira endossar um plano polêmico de apoio à descriminalização do trabalho sexual, medida que levará a destacada entidade de direitos humanos a pressionar governos para que não punam os milhões de profissionais da área no mundo todo.
"Os trabalhadores sexuais são um dos grupos mais marginalizados do mundo, que em muitas instâncias enfrentam um risco constante de discriminação, violência e abuso", disse Salil Shetty, secretária-geral da organização, em um comunicado.
"Nosso movimento global abriu caminho para a adoção de uma política para a proteção dos direitos humanos dos trabalhadores sexuais que irá ajudar a moldar o trabalho futuro da Anistia Internacional neste tema importante."
A Anistia declarou ter tomado a decisão depois de dois anos de consultas e pesquisa, analisando indícios de agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e dados de missões de pesquisa na Argentina, em Hong Kong, na Noruega e em Papua-Nova Guiné.
O grupo tem sofrido críticas de ativistas de direitos das mulheres e de estrelas de Hollywood, como Meryl Streep, Kate Winslet e Emma Thompson, desde que um rascunho da proposta de sua política foi vazado.
A Anistia defendeu a nova medida, dizendo ser a melhor maneira de proteger os direitos humanos dos trabalhadores sexuais e reduzir o risco de abusos, entre eles espancamentos, violência sexual, prisões arbitrárias, extorsão, assédio, tráfico humano e testes forçados de HIV.
A entidade acrescentou que a política foi moldada por discussões de grupos de trabalhadores sexuais, ativistas de HIV/AIDS, grupos que representam ex-prostitutas e agências anti-tráfico, entre outros.