DUBAI (Reuters) - Um ex-presidente do Iêmen, poderoso aliado das forças houthis em uma guerra civil que dura quatro meses, disse que seu sucessor exilado deveria ser julgado por traição devido aos ataques liderados pela Arábia Saudita contra a milícia aliada ao Irã.
Em comentários publicados nesta segunda-feira pelo site Huffington Post, Ali Abdullah Saleh disse que ataques aéreos de uma aliança liderada pela Arábia Saudita em apoio a seu sucessor, o presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi, foram um erro porque o reino, ex-aliado do Iêmen, atualmente é visto por iemenistas como um agressor.
Unidades do Exército leais a Saleh lutaram junto dos houthis xiitas durante o conflito, e o posicionamento do ex-presidente pode ser crucial em quaisquer esforços diplomáticos para resolver o futuro do Iêmen, dada sua ampla base de apoio no Exército.
"O foragido Hadi abandonou as responsabilidades entregues a ele e convocou a agressão contra seu povo e pátria e agora ele é um inimigo de todos os iemenitas", disse Saleh em entrevista à edição em árabe do Huffington Post.
"O foragido Hadi cometeu alta traição quando convocou uma intervenção saudita e estrangeira... Ele deve ser julgado, deve ser transferido para o Tribunal Penal Internacional pelos crimes que cometeu, e é isto que estamos buscando", acrescentou.
Um porta-voz de Hadi não estava imediatamente disponível para comentários. Hadi disse que convocou forças da aliança liderada pela Arábia Saudita para ajudar o Iêmen contra um grupo que cometeu um golpe contra sua administração internacionalmente reconhecida.
(Reportagem de Sandy Azmy)