DAVOS, Suíça (Reuters) - Líderes europeus alertaram no Fórum Econômico Mundial em Davos nesta quarta-feira contra um retorno do nacionalismo, com o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel pedindo mais cooperação global para aproveitar as forças da globalização.
Os discursos de Merkel, Macron e de Paolo Gentiloni, da Itália -- líderes das três maiores economias do continente -- ocorrem um dia antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à reunião anual nos Alpes Suíços para promover suas políticas "América Primeiro".
Desde que assumiu o poder há um ano, Trump tirou os EUA de acordos internacionais sobre comércio e clima, e ameaçou eliminar um acordo para reduzir o programa nuclear do Irã, inquietando parceiros.
Macron falou durante uma hora, sendo aplaudido de pé pela multidão de CEOs, banqueiros e grandes acadêmicos, após pedir por uma "compactação global" para lidar com as forças econômicas que levaram à crescente desiguladade e uma alta no populismo.
"Nós temos uma situação em que as pessoas estão ouvindo, em questões sociais e financeiras, que a resposta é fazer menos, cortar nossos impostos, não há limite, é uma corrida para o fundo", disse Macron, semanas após Trump aprovar um grande corte nos impostos corporativos que deverá atrair investimentos aos Estados Unidos.
"Se não formos capazes de concordar a um padrão de cooperação internacional, nós nunca vamos convencer a classe média, a classe trabalhadora que a globalização é boa para eles".
LIÇÕES DA HISTÓRIA
Merkel, em seu retorno ao palco mundial após meses de limbo político na Alemanha, fez referência às duas guerras mundiais e questionou se o Ocidente havia aprendido a lição daqueles conflitos.
"Nós estamos vendo nacionalismo, populismo e, em muitos países, uma atmosfera polarizada", disse Merkel ao auditório cheio onde Trump falará na sexta-feira.
"Nós acreditamos que o isolamento não nos ajudará. Nós acreditamos que precisamos cooperar, que o protecionismo não é a resposta", disse ela, perguntando: "Realmente aprendemos com a história, ou não aprendemos?"