Por Jorge Garcia e Mike Blake
KAHULUI, Havaí (Reuters) - O número de mortos nos incêndios florestais de Maui, no Havaí, chegou a 96 no domingo, enquanto parentes dos desaparecidos procuravam freneticamente por sinais de que seus entes queridos ainda possam estar vivos.
Dias depois que os incêndios destruíram grande parte da histórica cidade turística de Lahaina na terça e na quarta-feira, equipes de bombeiros ainda lutavam contra as chamas e cães farejadores vasculhavam as ruínas carbonizadas da cidade em busca de vítimas.
O número de mortos fez do incêndio o pior desastre natural do Havaí, superando um tsunami que matou 61 pessoas em 1960, um ano depois que o Havaí se tornou um Estado dos EUA.
Foi também o maior número de mortes em um incêndio florestal nos Estados Unidos desde 1918, quando 453 pessoas morreram no incêndio de Cloquet em Minnesota e Wisconsin, segundo dados da National Fire Protection Association.
Muitos dos sobreviventes foram a cultos de domingo, incluindo Akanesi Vaa, de 38 anos, que disse que sua família ficou presa no trânsito enquanto tentava escapar das chamas.
Vaa, seu marido e seus filhos de 15, 13 e 9 anos fugiram a pé e pularam uma cerca em segurança. Ao longo do caminho, uma senhora idosa implorando por ajuda entregou-lhe um bebê para cuidar. A mulher e o marido também conseguiram pular a cerca.
"Acho que muitos de nós precisávamos ouvir a mensagem de hoje", disse Vaa depois de frequentar a igreja na King's Cathedral em Kahului.
"Todas essas cinzas vão se transformar em beleza. Eu sei que Lahaina vai voltar dez vezes mais forte."