Por Susan Heavey e Richard Cowan
WASHINGTON (Reuters) - Uma resolução condenando os ataques de cunho racial do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra quatro parlamentares democratas caminhava para votação na Câmara dos Deputados nesta terça-feira, com Trump pressionando seus correligionários republicanos a se oporem a ela.
A expectativa é que a medida, que seria simbólica e não teria força de lei, passe, uma vez que os democratas detém a maioria na Casa, com qualquer apoio republicano à resolução significando que os ataques de Trump passaram do limite.
Trump levantou a mais recente polêmica durante o fim de semana ao postar no Twitter que as quatro parlamentares --todas mulheres de minorias da ala progressista do Partido Democrata e em seu primeiro mandato no Congresso-- deveriam "voltar" para onde vieram. Todos as quatro são cidadãs norte-americanas e três delas nasceram nos EUA.
Na manhã desta terça-feira, Trump tuitou: "Esses tuítes não foram racistas. Eu não tenho um osso racista no meu corpo. A chamada votação que será feita é um jogo democrata. Republicanos não devem mostrar 'fraqueza' e cair na sua armadilha."
Trump não nomeou as deputadas em seus primeiros tuítes, mas identificou algumas delas em comentários feitos durante evento na Casa Branca na segunda-feira que visava destacar a economia dos EUA, mas em vez disso focou em sua controversa retórica.
As parlamentares --Alexandria Ocasio-Cortez, de Nova York, Ilhan Omar, de Minnesota, Ayanna Pressley, de Massachusetts, e Rashida Tlaib, do Michigan-- têm sido críticas de Trump, bem como dos atuais líderes democratas da Casa, tensionando a união partidária na Câmara.
Uma votação da resolução condenando os comentários de Trump era esperada para esta terça-feira, com a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, tentando gerenciar demandas de alguns democratas da Casa por uma resolução mais dura que o censure.
A censura pode ser invocada contra membros do Congresso ou outras autoridades do governo. Ela raramente é usada pelo Congresso contra um presidente e normalmente requer que a pessoa vá à Câmara para ser repreendida publicamente.