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Por Philip Blenkinsop
BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia pode se tornar ingovernável se a extrema-direita tiver um desempenho tão bom nas eleições para o Parlamento Europeu em junho quanto na votação holandesa de novembro e como as pesquisas de opinião preveem, disse o líder do grupo de centro Renew nesta terça-feira.
Espera-se que os partidos de extrema-direita, incluindo o Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen na França e a Liga de Matteo Salvini na Itália, avancem na eleição de junho com promessas de endurecer a abordagem do bloco em relação à imigração e suavizar as políticas climáticas.
"Com a ascensão de populistas de extrema-direita em quase toda a Europa, corremos o risco de ter uma Europa ingovernável", disse Stéphane Séjourné, líder do Renew Europe, nesta terça-feira.
O Renew mais o Partido Popular Europeu, de centro-direita, e o grupo Socialistas e Democratas, de centro-esquerda, formaram uma coalizão há cinco anos para chegar a um acordo sobre as linhas gerais da política e dividir os principais cargos da UE.
Os três têm 420 das 705 cadeiras no Parlamento.
No entanto, a vitória do populista anti-imigração Geert Wilders na eleição holandesa enviou um aviso aos políticos tradicionais. Na França, o partido do presidente Emmanuel Macron, que representa um quarto do Renew, está atrás da líder da extrema-direita, Marine Le Pen, por 8 a 10 pontos percentuais.
"O risco é que pode ser muito difícil formar uma maioria", disse Séjourné a um grupo de jornalistas.
O parlamentar francês descartou qualquer aliança com a extrema-direita ou com o grupo eurocético Conservadores e Reformistas Europeus. Esse grupo inclui o partido Lei e Justiça da Polônia, que lutou contra Bruxelas por oito anos. Ele também expressou ceticismo em relação ao grupo dos Verdes.
Séjourné disse que os partidos tradicionais deveriam apontar para um acordo da UE alcançado sobre o acolhimento de migrantes e concentrar a atenção em outros tópicos, como as transições verde e digital e a defesa.