BEIRUTE (Reuters) - O presidente sírio, Bashar al-Assad, desconsiderou as declarações feitas pelo secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, de que Assad deveria ser incluído nas negociações para se chegar a uma transição política na Síria, dizendo que "declarações de fora não nos dizem respeito".
"Nós ainda estamos ouvindo as declarações e devemos esperar pelas ações, para depois decidir", disse Assad em comentários transmitidos pela televisão estatal síria.
Em uma entrevista no domingo à rede CBS, Kerry não repetiu a linha padrão dos EUA de que Assad perdeu toda a legitimidade e tem de deixar o cargo. "No final, nós temos de negociar", disse Kerry, quando lhe perguntaram se os Estados Unidos estariam dispostos a dialogar com Assad.
Kerry declarou que os Estados Unidos e outros países, que ele não especificou, estavam explorando maneiras de reativar o processo diplomático para acabar com o conflito na Síria, que já deixou mais de 200.000 mortos.
"O que estamos buscando é que ele (Assad) venha e faça isso, e isso pode exigir que haja um aumento da pressão sobre ele, de vários tipos, a fim de buscar isso", disse Kerry.
Assad disse que qualquer mudança internacional de atitude em relação à situação na Síria seria positiva.
Mas ele afirmou também que os países têm de parar de dar apoio a grupos terroristas na Síria, um termo que o governo sírio adota para designar os insurgentes que combatem o Exército e as milícias governistas.
(Reportagem de Oliver Holmes, Samia Nakhoul e Dahlia Nehme)