JERUSALÉM (Reuters) - O conselheiro de segurança nacional do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira que o caminho para normalizar os laços com a Arábia Saudita "ainda é longo", enquanto membros de seu gabinete de extrema direita descartaram concessões aos palestinos como parte de qualquer acordo.
Autoridades dos Estados Unidos tentam há meses chegar ao que seria um acordo histórico que Netanyahu disse ser um grande passo para acabar com o conflito árabe-israelense, mas que Riad sinalizou que dependeria do Estado palestino.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, despachou na semana passada seu conselheiro de segurança nacional a Riad para discutir um possível acordo, e na sexta-feira afirmou que uma reaproximação estava "talvez em andamento".
"Posso me identificar com o que o presidente dos Estados Unidos disse em uma entrevista há alguns dias, de que o caminho ainda é longo, mas que acredita que haverá uma possibilidade de progresso", disse o conselheiro de segurança nacional Tzachi Hanegbi à emissora pública Kan, acrescentando que Israel não está envolvido nas discussões entre norte-americanos e sauditas.
"Posso dizer que Israel não cederá em nada que abale sua segurança", acrescentou.
Questionado se isso incluía Riad estabelecendo um programa nuclear civil em seu solo, ele disse que, para isso, o consentimento de Israel não era necessário.
A ideia de Israel e Arábia Saudita consolidarem formalmente os laços está em discussão desde que os sauditas deram seu consentimento silencioso aos vizinhos do Golfo Emirados Árabes Unidos e Barein a estabelecer laços com Israel em 2020.
Mas, na segunda-feira, um membro de um partido importante do governo de extrema direita de Netanyahu rejeitou quaisquer concessões aos palestinos como parte de um pacto.
"Certamente não concordaremos com tal coisa", disse o ministro de Missões Nacionais, Orit Strock, à Kan.
(Reportagem de Maayan Lubell e Ari Rabinovitch)